Crítica | Invencível (3° temporada) - Se aprofunda no peso do heroísmo e a linha tênue entre o bem e o mal.
Divulgação | Prime Video |
Título | Invincible (Original) |
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Ano produção | 2024 |
Dirigido por | Robert Kirkman |
Estreia | 06 de fevereiro de 2025 (Mundial) |
Duração | 8 episódios |
Classificação | 18 - Não recomendado para menores de 18 anos |
Gênero | |
País de Origem | Estados Unidos |
Sinopse
Tudo muda quando Mark é forçado a encarar seu passado e seu futuro , enquanto descobre o quanto ainda precisará ir para proteger as pessoas que ama.
• Por Alisson Santos
• Avaliação - 8/10
Após explorar o processo de transformação de Mark Grayson em um super-herói na primeira temporada e suas dificuldades em conciliar a vida pessoal com suas responsabilidades heroicas na segunda, "Invencível" retorna para uma terceira temporada que mergulha em um território ainda mais denso: o dilema moral do que significa, de fato, ser um herói. A série desafia Mark — e o público — a refletir sobre até que ponto um herói está disposto a ir para salvar vidas e o que, afinal, diferencia um herói de um vilão.
Essa abordagem é uma evolução natural após os eventos intensos do final da segunda temporada, e o resultado é extremamente eficaz. Mark se vê confrontado por suas escolhas passadas, tentando justificar atos que, sob outra perspectiva, poderiam ser considerados condenáveis. O verdadeiro foco da temporada gira em torno do valor da vida e do impacto de tirá-la — um tema que se expande além da jornada do protagonista. As atitudes de Oliver, um herói em formação, as decisões calculistas de Cecil, as consequências do ataque de Omni-Man e até a trajetória de Powerplex estão intrinsecamente conectadas a essa reflexão.
Embora a série explore um terreno já conhecido no gênero de super-heróis — com paralelos a obras como 'Capitão América: Guerra Civil', 'Batman: O Cavaleiro das Trevas' e 'Vingadores: Guerra Infinita' —, "Invencível" consegue trazer frescor a essas questões. Baseada nos quadrinhos de Robert Kirkman, a série aborda esses conflitos morais com uma nova perspectiva, sustentada por personagens complexos que desafiam as definições tradicionais de herói e vilão. Um exemplo marcante disso é a citação de Cecil: "Podemos ser os mocinhos ou podemos ser os caras que salvam a Terra. Não podemos ser os dois." Enquanto Cecil aceita essa dicotomia, Mark se recusa a escolher, e é justamente essa teimosia que o coloca em embates tanto físicos quanto emocionais.
Divulgação | Prime Video |
A série brilha ao retratar heróis lidando com suas imperfeições. Ver um personagem tão poderoso quanto um Viltrumita enfrentar dúvidas existenciais o torna mais humano e próximo do público. A terceira temporada é impulsionada por essa crise moral, oferecendo mais do que apenas batalhas grandiosas — embora elas continuem sendo um espetáculo visual à parte.
No entanto, a estrutura narrativa da temporada apresenta um ponto fraco. A adoção do formato "vilão da semana" cria a sensação de uma certa falta de coesão. Embora personagens como Doutor Sísmico, Multi-Paul, Gêmeos Demolidores, Mister Liu, Powerplex e o próprio Cecil ofereçam desafios interessantes, a ausência de um antagonista central e dominante faz falta. Não há uma figura que imponha o mesmo impacto de Omni-Man na primeira temporada, e nem o uso limitado de Angstrom Levy na segunda é superado aqui. Por outro lado, isso permite que cada episódio traga cenas de ação empolgantes e diversificadas. Os episódios finais tentam amarrar melhor esses elementos, e é provável que as próximas temporadas superem esse problema.
Por outro lado, a falta de um vilão principal abre espaço para o desenvolvimento de personagens secundários. Cecil, em especial, se destaca como um contraponto ético para Mark, e o conflito entre suas visões de mundo gera uma tensão fascinante que poderia ter sido ainda mais explorada. Além disso, a série surpreende ao oferecer arcos emocionantes para vilões que, à primeira vista, não pareciam ter tanta profundidade, reforçando o tema da temporada sobre a ambiguidade moral.
Divulgação | Prime Video |
Personagens queridos continuam a ter momentos de destaque. Allen, o Alien, e Omni-Man aparecem de forma mais pontual, mas suas presenças continuam significativas. Rex-Plosão brilha tanto pelo alívio cômico quanto pelo seu crescimento pessoal. Eve Atômica ganha uma trama sólida ao tentar amadurecer e assumir maior responsabilidade como heroína, enquanto seu relacionamento com Mark evolui de maneira orgânica. Oliver, agora parte do núcleo principal, é uma adição interessante, e personagens como Robô, Menina Monstro, Debbie e Imortal também têm momentos marcantes. E, claro, o retorno brutal de Thokk, a Besta de Batalha, entrega exatamente o que os fãs esperam: combates sangrentos e intensos.
Em resumo, para quem já é fã da série e dos quadrinhos, a terceira temporada de "Invencível" é quase tudo o que se poderia desejar. Embora não alcance o impacto da primeira temporada, mantém o alto nível de qualidade, com uma confiança narrativa admirável. A profundidade emocional, os conflitos morais e a complexidade dos personagens tornam esta temporada um exemplo de como o gênero de super-heróis pode ir muito além da simples luta entre o bem e o mal.
Os três primeiros episódios da terceira temporada de "Invencível" estarão disponíveis no Prime Video a partir de quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025, com episódios adicionais todas as quintas-feiras até 13 de março.
Pelo essa temporada não terá pausas igual a anterior.
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