Crítica | Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba Castelo Infinito - Castelo Infinito é, em essência, um exercício de técnica refinada e emoção pura, que reafirma a relevância da franquia no cenário global dos animes e alimenta ainda mais a expectativa para os próximos capítulos.
| Divulgação | Sony Pictures |
• Por Daniel Pereira
Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba retorna aos cinemas com Castelo Infinito, um capítulo que reafirma o peso da franquia no cenário global da animação japonesa. Trata-se de um longa que não apenas satisfaz a imensa expectativa dos fãs, como também reafirma o nível técnico e narrativo que transformou a obra em um fenômeno mundial. A produção chega ao público em um momento crucial da trama, estabelecendo continuidade direta com o final do anime e mantendo o ritmo narrativo sem recorrer a longas introduções. O recurso de inserir apenas alguns minutos de recapitulação e um flashback adicional é suficiente para contextualizar os acontecimentos, conectando pequenas lacunas e garantindo que a narrativa avance de maneira coesa.
Do ponto de vista técnico, a obra mantém o padrão elevado que se tornou marca registrada do estúdio Ufotable. A animação é detalhada ao extremo, com uso sofisticado de cores, iluminação e fluidez de movimentos. Cada batalha é construída com rigor estético e precisão coreográfica, onde enquadramentos, velocidade e cortes de câmera são empregados para potencializar o impacto da ação. O resultado é uma experiência que se aproxima do cinema em sua dimensão mais sensorial, utilizando a técnica não apenas como recurso visual, mas como elemento narrativo que amplia a dramaticidade de cada confronto.
O primeiro grande combate é o ponto mais marcante do filme, tanto pela qualidade da execução quanto pelo peso narrativo que carrega. Ressentimento, desejo de vingança e limitações pessoais se misturam em uma coreografia que transcende o espetáculo visual. A luta se torna uma extensão direta do arco emocional dos personagens, criando uma conexão visceral entre a ação e a história. A obra trabalha com o tema da busca incessante por força, explorando-o em diferentes camadas. Heróis e vilões compartilham a mesma ânsia de superação, mas também revelam sua vulnerabilidade, reconhecendo o quanto ainda são frágeis diante de desafios maiores.
| Divulgação | Sony Pictures |
Essa abordagem confere às batalhas um caráter poético. Cada vez que os personagens se levantam após a queda, não apenas demonstram resistência física, mas reafirmam um instinto humano de sobrevivência e superação. A sensação constante de que qualquer golpe pode ser fatal mantém o espectador em estado de tensão contínua, e a riqueza visual de cada técnica ou habilidade demoníaca se transforma em um espetáculo de arte pura. O impacto audiovisual vai além da estética, pois traduz conceitos narrativos em linguagem visual, transformando cada luta em um capítulo emocionalmente autossuficiente dentro da obra maior.
Ainda assim, Castelo Infinito não está isento de fragilidades. A construção narrativa, apesar de intensa, sofre com alguns problemas de ritmo. O filme se estrutura em três cenários de batalha que, embora eletrizantes, apresentam transições pouco fluídas. Essa alternância repentina entre frentes de combate pode gerar certa estranheza e comprometer a imersão. Além disso, uma das lutas acaba sendo resolvida de maneira breve demais, o que a coloca em desvantagem em relação às outras duas, mais extensas e emocionalmente densas. Essa diferença de tempo e profundidade causa um desequilíbrio que enfraquece parcialmente a progressão dramática do filme.
Dito isso, ainda que alguns detalhes venham fazer certa falta, Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba Castelo Infinito traz inúmeros acertos que reivindica sua posição como um dos maiores animes da atualidade. Uma história carregada de muita emoção e conexão que traz reflexões, e manifesta um sentimento que bons filmes causam em seus expectadores. Através dessa animação é possível sentir um pouco da magia do cinema, e criar maiores expectativas para os próximos capítulos.
Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba Castelo Infinito estreia amanhã nos cinemas.
Avaliação - 8/10
AHHHHHHHHHHHHHHHHHH EU QUERO MUITO ASSISTIR
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